63 • Anawana Haloba I have jumped ship • Abandonei o barco

Anawana Haloba reads her poem 'I have jumped ship', written in 2012.

Leitura do poema "Abandonei o barco", escrito em 2012, na voz de Anawana Haloba.

Oh you country of my ancestors
Home of my fathers, Why have you fallen
deaf to my cry.
Letting me swim like an impoverished dog with its ever
salivating tongue, over the dark deep depth of many
waters.
Oh you men of my skin, my kinsmen
Wasn’t the honey you bath in meant for all
And yet you swallow it all leaving only the smell
Of your body and we scream thief.
And I am left to swim like an impoverished dog with its ever
salivating tongue, over the dark deep depth of many
waters. With the loudest song from the dead.
Oh you men of my homeland, fruits of my fathers
How long have you been infected with this insomnia
of self and forgotten ubuntu. You have become diseased
by blindness, for you do not see the lining up to test the
ancestral juice.
And I left to swim like an impoverished dog with its ever
salivating tongue, over the dark deep depth of many
waters. With the loudest welcoming song from the dead
With the loudest welcoming song from the dead, from the
darkest furthest distance of the dead. I have jumped ship.

Versão em português

Ó país dos meus ancestrais
Lar dos meus pais
Por que ficaste surdo aos meus apelos
Deixando-me a nadar como um pobre cão
Com sua língua sempre salivando, sobre a escura
Profundeza de muitas águas?
Ó homens da minha pele, meus parentes
O mel em que se banham não era para todos?
E no entanto o engolem deixando apenas o cheiro
De seus corpos e gritamos: ladrões!
E me deixam a nadar como um pobre cão
Com sua língua sempre salivando, sobre a escura
Profundeza de muitas águas
Com a canção mais ruidosa dos mortos.
Ó homens da minha terra natal, frutos de meus pais
Há quanto tempo estão infectados com essa insônia
Egoísta e o ubuntu esquecido?
Ficaram doentes com a cegueira
Pois não vêem a fila se formar
Para experimentar a bebida ancestral.
E me deixam a nadar como um pobre cão
Com sua língua sempre salivando, sobre a escura
Profundeza de muitas águas
Com a canção mais ruidosa de boas-vindas dos mortos.
Com a canção mais ruidosa de boas-vindas dos mortos,
Da distância mais escura e remota dos mortos. Abandonei o barco.

Authorship and narration / Autoria e narração:

Anawana Haloba

* All Soundfield's audios were transcribed and/or edited aiming to produce accessible contents / Os áudios do Campo Sonoro foram transcritos e/ou editados visando uma leitura mais acessível