Sound Mirror [Espelho de som], 2016
Eduardo Navarro explora diferentes níveis de percepção e formas de alteração da realidade e do tempo. Ora seu trabalho se insere na delicada relação entre a arte e o espiritual, ora utiliza aparatos e informações provenientes do campo da ciência. Com isso, o artista conduz o público a estados mentais que exploram modos não racionais de comunicação, indo além da linguagem verbal. Navarro parece testar o potencial transformador da arte, criando situações em que comportamentos, maneiras de pensar e sistemas de crença são colocados à prova ou levados a exceder limites. Na 32a Bienal, apresenta Sound Mirror [Espelho de som] (2016), um instrumento construído para conectar acusticamente uma palmeira do lado de fora do Pavilhão da Bienal e o espaço expositivo. A planta e o público são colocados em posição de equivalência, numa troca sonora que desafia os significados de comunicação e de escuta. A obra de Navarro aponta para uma tecnologia emocional capaz de nos fazer refletir sobre as conexões afetivas que a arte desencadeia por meio da relação permeável entre os seres vivos, o artista e o público, os atores e os objetos artísticos.