Vista da instalação de Frans Krajcberg na 32ª Bienal de São Paulo, 2016
Em sua vivência artística e ecológica, marcada pela decisão de constituir residência desde a década de 1970 em Nova Viçosa, Bahia, Frans Krajcberg encontra na diversidade e exuberância da flora a matéria- prima e a plasticidade que qualificam e compõem seu trabalho escultórico, assim como suas gravuras, pinturas, desenhos e fotografias. O uso da natureza como temática e material é um ato consistente com sua posição de defesa do meio ambiente. Dentre as inúmeras obras desenvolvidas ao longo de sua trajetória, três conjuntos de esculturas – apelidadas de Gordinhos, Bailarinas e Coqueiros – ganham destaque no espaço expositivo do pavilhão modernista da Bienal, tomando parte do térreo e criando um ambiente de transição entre o exterior do parque e o interior do edifício. Resquícios de madeira calcinada, troncos, cipós e raízes são transformados pela ação do artista por meio da talha, do recorte, da decomposição e da pintura. Desse labor, compõem-se essas peças autoportantes de escalas e dimensões variadas, espalhadas por entre os elementos racionais dessa arquitetura monumental.