4, 2016
Henrik Olesen transita por diversas mídias e materiais. Em suas obras, retrata criticamente a vida social, desconstrói fundamentos canônicos das narrativas oficiais e reescreve a história sem os limites e tabus de dualismos culturais opressores. Nessa prática de resistência, na qual questiona o sujeito da sociedade patriarcal, heteronormativa e eurocêntrica – base da tradição política e cultural ocidental –, Olesen aponta para uma leitura distinta da história da arte, da literatura e das ciências. Ao discutir as sexualidades e os gêneros, as identidades e as etnias, desmistifica o corpo, evidenciando seu lugar na sociedade e promovendo sua reinvenção. As obras comissionadas pela 32a Bienal são compostas por colagens nas quais o artista desconstrói o conhecimento universal acerca do lugar ou conceito de Inferno, assim como suas representações desde a literatura clássica – como no poema épico "A divina comédia", de Dante Alighieri –, até os imaginários moderno e subcultural de escuridão e confusão.