Vista da instalação Hell Yeah We Fuck Die, 2016
Da escrita à produção de filmes e instalações, Hito Steyerl aborda questões sobre arte, filosofia e política. Realiza filmes-ensaios, gênero que reforça uma prática em que textos, conferências e a produção de imagens se situam na fronteira entre a atividade teórica e artística. Steyerl trata da arena de confronto entre arte e política em um mundo superpovoado de imagens. A videoinstalação Hell Yeah We Fuck Die (2016), comissionada para a 32a Bienal, se assemelha a um módulo de treinamento de parkour – esporte dedicado à superação de obstáculos – e apresenta alguns vídeos sincronizados, cujas imagens foram coletadas de diversas fontes on-line. Neles, robôs são provocados e enxotados de diversas formas em ambientes de teste de qualidade de produto. Baseando-se nas cinco palavras mais populares em títulos de músicas na língua inglesa desta década (inferno, sim, nós, foda e morrer), Steyerl chama atenção para uma espécie de hino do nosso tempo, acompanhado por trilha sonora composta pelo DJ alemão Kassem Mosse a partir dessas palavras. As obras de Steyerl comentam a constante busca por rapidez e eficiência que conduz as práticas contemporâneas e revelam o senso absurdo da realidade, articulado pela tensão criada no confronto entre imagens e textos.