Nan, Berlin, 1992, [Nan, Berlim, 1992] da série Today I shall judge nothing that occurs: Ektachrome Archive [Hoje não julgarei nada que ocorrer: Arquivo ektachrome], 2015-2016
A instalação multimídia de Lyle Ashton Harris, Uma vez, uma vez (2016), é composta por imagens de Ektachrome feitas entre 1986 e 1998, reproduções fotográficas dos diários do artista e trabalhos em vídeo realizados cotidianamente – selecionados do arquivo expansivo do artista. As composições resultantes servem não só como memoriais, mas também para evocar momentos vividos na convergência do pessoal e do político, em uma experiência dinâmica que retoma o tempo passado para impactar afetivamente o presente. Contendo testemunhos de um período de mudanças culturais sísmicas – a emergência do multiculturalismo, a segunda onda de ativismo da AIDS, e as interseções da cena da arte contemporânea com as comunidades LGBTQ e as resultantes da diáspora africana – a instalação documenta de maneira única a vida pessoal do artista, amigos, familiares e amantes, incluídos em uma paisagem social decisiva. Ao documentar momentos íntimos ao lado de fatos marcantes da história dos EUA (a Conferência de Cultura Negra Popular de 1991, a trégua entre as gangues Crips e Bloods em 1992, a exposição Black Male em 1994, e a conferência Black Nations/Queer Nations em 1995), a instalação constroi narrativas coletivas e privadas entrelaçadas por acontecimentos públicos e o domínio subjetivo, para discutir identidade, desejo, sexualidade e perda.