Hipótese de uma árvore, 2016
Mariana Castillo Deball trabalha no cruzamento entre campos como arqueologia, literatura e ciências, apropriando-se de metodologias e práticas comuns a estas áreas. Com frequência, atua em parceria com diferentes tipos de profissionais e instituições para o desenvolvimento de suas obras, promovendo convergências de natureza peculiar às artes visuais. Suas instalações, publicações e performances agenciam objetos e narrativas, desfazendo fronteiras categóricas e aproximando ciência e ficção. Para a 32a Bienal, a artista trabalhou em parceria com o Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo e o Geopark Araripe, no Ceará, para construir a instalação Hipótese de uma árvore (2016), que consiste em uma estrutura de bambu em forma de espiral que remete a um esquema de representação evolutiva de espécies. A obra conta com dezenas de frotagens – técnica de transferência amplamente utilizada na paleontologia – feitas pela artista em papel japonês a partir de fósseis e materiais geológicos encontrados em sítios arqueológicos, coleções institucionais e fachadas de edifícios na cidade de São Paulo. Ao justapor em espiral os registros de elementos de diferentes naturezas e épocas, Deball coloca em perspectiva ideias de evolução, extinção e história.