Vista da instalação de Rosa Barba na 32ª Bienal de São Paulo, 2016
O filme é o meio e a matéria-prima dos trabalhos de Rosa Barba. Com sua câmera, a artista persegue os vestígios deixados pela ação do homem na paisagem, e tenta entender como eles se relacionam com a realidade – como se inscrevem no inconsciente e como se manifestam coletivamente numa sociedade. O filme Disseminate and Hold [Disseminar e reter] (2016) estabelece um diálogo com os conteúdos e os sentidos imaginários impregnados na construção conhecida como Minhocão, o elevado de concreto de 3,5 quilômetros construído na cidade de São Paulo em 1970, durante a ditadura militar. As instalações e obras site-specific da artista conjugam imagem, som e texto. Ela cria espaços que representam um estado mental de suspensão, situações liminares em que política e poesia não se separam. Os mecanismos de projeção, incluindo a própria película em celulose, tornam-se esculturas performativas, atores de seus trabalhos. A instalação White Museum (São Paulo) [Museu branco (São Paulo)] (2010/2016) é uma projeção de luz branca sobre a rampa de entrada do Pavilhão da Bienal, cujo enquadramento, comum à fotografia e ao cinema, torna-se uma presença física, um quadro aberto que proporciona a experiência imagética do espaço e a interferência dos passantes.