Tendo como ponto de partida o feminismo comunitário boliviano, Katia Sepúlveda indaga mulheres se haveria também um feminismo mapuche. Neste áudio, a artista entrevista Ana Tragolaf Ancalaf, coordenadora do Observatorio Regional de Equidad en Salud según Género y Pueblo Mapuche.
Taking Bolivian communal feminism as its starting point, Katia Sepúlveda questions women whether there would also be a Mapuche feminism. In this audio, the artist interviews Ana Tragolaf Ancalaf, coordinator of the Observatorio Regional de Equidad en Salud según Género y Pueblo Mapuche.
#32bienal #camposonoro #coletividade
Ana Tragolaf Ancalaf, en este momento estoy coordinando el observatorio, el observatorio es un equipo de trabajo, en donde abordamos los temas de las inequidades en salud. Estamos trabajando en cinco campos de observación. Estos campos son medio ambiente, sexualidad reproductiva y de calidad de atención, violencia de género y Salud mental. Feminismo Mapuche?, sí yo creo que sí, pero aquí en la región?, yo no veo mucho, a lo mejor cuesta reconocer, yo creo que, [pausa] que hay una, [pausa] que hay una suerte de feminismo yo creo en las mujeres mapuche que tal vez no se quiere reconocer. Que también pasa que siempre se asoció el tema del feminismo con los temas de, o sea con comentarios que uno escucha no? De que de, haber feminismo se le atribuye no se po, a mujeres que buscan la ruptura con el hombre, se me dijo eso cuando yo empezaba a participar más en los movimientos de mujeres acá, a vincularme con estas redes de mujeres no mapuche, cuando entro al observatorio empiezo a escuchar comentarios. Porque tu empiezas como también a posicionarte en los temas es que no, hay que tener cuidado entonces porque qué es lo que estás haciendo, tu te estas, es que tú, fortaleciendo en el ámbito por ejemplo el derecho de las mujeres ya, eso significa que acá, entonces va a ver una (¿cómo?) con los hombres, es como, luchar en dos frentes distintos. Entonces yo como mujer tal vez estoy descuidando esta lucha como pueblo, entonces los dirigentes mapuche a mí me tildan de feminista porque en el fondo yo estoy como rompiendo la unidad de esta lucha que tenemos que dar las mujeres, pero eso desde la mirada de los hombres que afecta la unidad digamos, tal vez de la lucha que está dando por un lado el pueblo mapuche con la lucha que dan las mujeres. Pero, creo que hay, falta de una comprensión creo que yo ahí de porque se están dando, porque las feminista por ejemplo. A mí me costaba, yo no me reconozco como una feminista yo me reconozco como una mujer que lucha, por los derechos por las desigualdades por las inequidades porque, por todo eso porque soy mapuche, soy mujer. Porque soy mapuche y soy mujer, porque soy mujer y mapuche eso. Y me doy cuenta de todas estas injusticias que tenemos que vivir, sufrir las mujeres, entonces el hecho de que yo [pausa] también va generando estas alianzas creo que también es una lucha que nos afecta no solo las mujeres hoy día no mapuche sino a todas las mujeres de distintas maneras talves las mujeres mapuche sufrimos muchas mas discriminaciones, muchas [pausa] el tema del racismo, etc. Pero el tema de la falta de oportunidades creo que también se da para, para muchas mujeres. Es un tema que hoy en día se esta dando mucho en todos los niveles, nivel de la comunidad, nivel de la sociedad en general, en el pueblo mapuche también está presente las comunidades. De hecho es un tema acá nosotros como observatorio que estamos trabajando me voy dando cuenta estamos trabajando de que también es un tema complejo porque las mujeres no están reconociendo hoy en día de forma generalizada el tema de la violencia pero si uno se da cuenta en la medida que va conversando, va abordando estos temas van saliendo manifestaciones de violencia de todo tipo.
Versão em português
Ana Tragolaf Ancalaf, neste momento estou coordenando o observatório, o observatório é uma equipe de trabalho, onde abordamos a questão das inequidades em saúde. Estamos trabalhando em cinco campos de observação. Estes campos são meio ambiente, sexualidade reprodutiva e de qualidade de atendimento, violência de gênero e saúde mental. Feminismo mapuche? Sim, acredito que sim, mas aqui na região? Eu não vejo muito, talvez seja difícil reconhecer, eu creio que [pausa], que há uma [pausa], que há uma espécie de feminismo, creio que entre as mulheres mapuches talvez não se queira reconhecer. O que também acontece é que sempre se associou o tema do feminismo com os temas de, ou seja, com comentários que se escutam, não? De que, não sei, o feminismo é atribuído a mulheres que buscam a ruptura com o homem, me disseram isso quando eu começava a participar mais dos movimentos de mulheres aqui, a me vincular com estas redes de mulheres não mapuches, quando entro no observatório começo a escutar comentários. Porque você começa como que a se posicionar também diante das questões, então é preciso ter cuidado, porque o que é que você está fazendo, está fortalecendo no âmbito, por exemplo, o direito das mulheres, isso significa que aqui, então, vai haver uma (como?) com os homens, é como lutar em duas frentes distintas. Então eu, como mulher, talvez esteja descuidando desta luta como povo, então os dirigentes mapuches me taxam de feminista porque, no fundo, estou como que rompendo a unidade desta luta que as mulheres temos que abraçar, mas isso da perspectiva dos homens, que afeta a unidade, digamos, talvez da luta do povo mapuche, por um lado, com a luta das mulheres. Mas acredito que existe uma falta de compreensão, de porque estão ocorrendo, porque as feministas, por exemplo. Para mim era difícil, eu não me reconheço como feminista, não me reconheço como uma mulher que luta pelos direitos, pelas desigualdades, pelas inequidades, porque, por tudo isso, porque sou mapuche, sou mulher. Porque sou mapuche e sou mulher, porque sou mulher e mapuche. E me dou conta de todas estas injustiças que as mulheres temos de sofrer, então o fato de que eu [pausa] também vai gerando estas alianças, creio que também é uma luta que nos afeta não só as mulheres não mapuches, e sim a todas as mulheres de distintas maneiras, talvez as mulheres mapuches soframos muito mais discriminações, muitas [pausa] a questão do racismo etc. Mas a questão da falta de oportunidades, acredito que também afeta muitas mulheres. É uma questão que hoje em dia está presente em todos os níveis, no nível da comunidade, no nível da sociedade em geral, o povo mapuche também está presente nas comunidades. De fato, é uma questão que aqui, nós, como observatório, estamos trabalhando, e vou me dando conta de que é também uma questão complexa porque as mulheres não estão reconhecendo, hoje em dia, de forma generalizada, a questão da violência, mas se a pessoa se dá conta, na medida em que vai conversando, vai abordando essas questões, vão saindo manifestações de violência de todo tipo.
English version
Ana Tragolaf Ancalaf, at this time I am coordinating the observatory, the observatory is a work group, where we address the issue of inequities in health. We are working on five fields of observation. These fields are: the environment, reproductive sexuality and service quality, gender violence and mental health. Feminism Mapuche? Yes, I think so, but here in the region? I don't see it much, it may be difficult to recognize, I believe that [pause], there is a [pause], that there is a kind of feminism; I believe that among the Mapuche women it may not want to be acknowledged. What also happens is that the topic of feminism has always been associated to topics of, well, with comments that one hears, right? That, I don't know, feminism is attributed to women who seek a rupture with man, they told me that when I began attending more of the women's movements here, to associate myself more to these networks of non-Mapuche women, when I entered the observatory I began hearing comments. Because you start positioning yourself in face of these issues, so it's necessary to be cautious, because what you are doing is strengthening in the context, for example, women's rights, that means that here, so there will be a [pause] it's like fighting on two different fronts. So I, as a woman, may be neglecting this struggle as a people, so the Mapuche leaders label me a feminist because, deep down, it's like I'm breaking the unity of this struggle that women have to embrace, but that's from the perspective of men, that it affects the unity, say, perhaps of the struggle of the Mapuche people, on one side, with the struggle of women. But I believe that there is a lack of understanding, I believe; why it is occurring because feminists, for example […]. For me it was difficult, I do not recognize myself as a feminist, I do not recognize myself as a woman who fights for rights, inequalities, inequities, because, for all of this, because I am Mapuche, I am a woman. Because I am Mapuche and am woman, because I am a woman and Mapuche. And I realize all these injustices that women have to suffer, so the fact that I [pause] also generates these alliances, I believe it is also a struggle that affects us, not only Mapuche women but all women in different ways, perhaps the Mapuche women suffer more discrimination, a lot [pause] the issue of racism etc. But the lack of opportunities, I believe that also affects many women. It is an issue that nowadays is present on every level, on the community level, on the level of society in general, the Mapuche people are also present in the communities. In fact, it's an issue that here, that we, as an observatory, we are working, and I begin to notice that it is also a complex issue because women nowadays are not acknowledging, in general, the issue of violence, but if the person comes to realize, as they discuss they begin to address these issues, manifestations of all kinds of violence start to come out.
Autoria / Authorship:
Katia Sepúlveda
Narração / Narration:
Ana Tragolaf Ancalaf
* Os áudios do Campo Sonoro foram transcritos e/ou editados visando uma leitura mais acessível / All Soundfield's audios were transcribed and/or edited aiming to produce accessible contents