Tendo como ponto de partida o feminismo comunitário boliviano, Katia Sepúlveda indaga mulheres se haveria também um feminismo mapuche. Neste áudio, a artista entrevista a jornalista Dámaris Molina Zagal.
Taking Bolivian communal feminism as its starting point, Katia Sepúlveda questions women whether there would also be a Mapuche feminism. In this audio, the artist interviews the journalist Dámaris Molina Zagal.
#32bienal #camposonoro #coletividade
Regrese en un momento en que se dió conocer estos casos de mujeres mapuche en específico diecisiete casos de mujeres mapuche que habían sido violentadas por su pareja mapuche también que habían ido a juicio y en el juicio la defensoría pública que en este caso era para el agresor habían apostado por apelar a una sentencia que condenaba al hombre a presidio o asistir a terapia por ejemplo y se habia apelado para que saliera libre apelando al convenio uno seis nueve (169). Diciendo no que no, que las mujeres y hombres mapuche tienen sus propias costumbres que la justicia chilena mejor que no se meta que es más pertinente que lo resuelvan ellos. Yo la verdad estoy de acuerdo con eso, si si es mejor la justicia chilena a veces es mas problema que te trae que la solución, pero ¿Por qué hubo escandalo? Porque en los mismo juicios bueno los conozco porque yo hice un trabajo sobre esto, en los mismos juicios los hombres decían el abogado defensor decían que era una costumbre del pueblo mapuche pedir disculpas públicas. Entonces los jueces decían bueno conforme ya que se pidan disculpas públicas a las autoridades tradicionales de su cultura ¿y cuáles son las autoridades?, bueno en este caso son ustedes, entonces yo digo que ¿cómo es la cuestion ? Son autoridades que los jueces chilenos son autoridades tradicionales mapuche entonces para que tenemos convenios, se supone que son dos aplicaciones distintas son dos formas de aplicar derecho y de concebir también la justicia y bueno y los jueces decian ya que pida disculpas ya disculpas y se iban. Fueron diecisiete casos así yo tuve acceso algunas amigas recibieron una copia casi practicamente fueron los diecisiete casos. Hasta que un grupo de mujeres feministas empezó a dar voces de alerta y bueno se frenó, yo digo que fue un escándalo la verdad no fue tan escándalo pero en el círculo donde yo participo del cual formo parte y soy amiga, fue terrible, fue terrible porque ahí una se da cuenta de lo que significa ser mujer y significa ser mujer mapuche. Por ejemplo en estos casos significa que finalmente esta doblemente discriminada tienes doble posibilidad de que te sigan golpeando en tu casa y hay un caso en el observatorio de una mujer que fue amenazada de muerte desde la carcel por su pareja, hay un riesgo ahí y hay una alerta para todas para mí, para mis tías, para mis primas, para mis amigas. Tenemos que hacer algo y tenemos que hacerlo luego. Nos tenemos que [pausa] empezar a cuestionarnos ciertos moldes, el molde de la mujer vientre el molde de la mujer mapuche reproductora de conocimiento pero que a la vez no tiene ninguna injerencia en un juicio chileno ni en un juicio mapuche. Una mujer desprotegida, una mujer yo al menos como un análisis del juicio para mi los hombres ahí se pusieron de acuerdo en ningún momento tu ves que a la mujer le preguntan, le pregunta ¿Usted está de acuerdo con esto? La mujer dice si, si pero no tiene posibilidades de propuesta tampoco. Es una, es una consulta sobre algo que le proponen, no le están consultando si ella tiene otra idea de lo que se debería hacer en ese caso , mi opinión al respecto que yo creo que sí, tu no puedes obviar algo que ya está internalizado o sea no [pausa] el patriarcado esta inserto también en las comunidades mapuches. Es que en el caso de mi comunidad yo lo veo que son claro hay diferencias hay una diferencia de identidad que quien se considera mapuche bueno no todos se consideran mapuche, en mi comunidad, ahora es que en el último tiempo se estan considerando em pero [pausa] si el occidental trajo el patriarcado y ahora el occidental trajo el feminismo no pueden negar al feminismo si ya el patriarcado esta en ti.
Versão em português
Regressei em um momento em que estes casos de mulheres mapuches ficaram conhecidos, especificamente dezessete casos de mulheres mapuches que haviam sido violentadas por seu companheiro mapuche, que também haviam sido levados ao tribunal e, no tribunal, a defensoria pública, que nesse caso era para o agressor, havia apostado em apelar a uma sentença que condenava o homem à prisão ou a fazer terapia, por exemplo, e se havia apelado para que saísse livre, recorrendo à convenção um seis nove (169). Dizendo que não, que as mulheres e os homens mapuches têm seus próprios costumes e que é melhor a justiça chilena não se meter, que é mais pertinente que eles mesmos resolvam. Eu, na verdade, estou de acordo com isso, às vezes a justiça chilena é mais problema do que solução, mas por que houve escândalo? Porque nos mesmos processos, bem, eu os conheço porque fiz um trabalho sobre isto, nos mesmos processos os homens diziam, o advogado defensor dizia que era um costume do povo mapuche pedir desculpas publicamente. Então os juízes disseram, bem, então que se peçam desculpas publicamente às autoridades tradicionais de sua cultura, e quais são as autoridades? Bem, neste caso são vocês, então eu digo que, como é a questão? São autoridades que os juízes chilenos, são autoridades tradicionais mapuches, então para que temos convenções, supõe-se que são duas aplicações diferentes, são duas formas de aplicar o direito e de conceber também a justiça, e bem, os juízes diziam que pedissem desculpas, eles pediam desculpas e iam embora. Foram dezessete casos assim, eu tive acesso, algumas amigas receberam uma cópia, quase praticamente foram os dezessete casos. Até que um grupo de mulheres feministas começou a dar vozes de alerta e se freou, eu digo que foi um escândalo, na verdade não foi tanto um escândalo, mas no círculo em que participo, do qual formo parte e sou amiga, foi terrível, foi terrível porque aí nos damos conta do que significa ser mulher e o que significa ser mulher mapuche. Por exemplo, nesses casos significa que finalmente você é duplamente discriminada, tem o dobro da possiblidade de que continuem batendo em você dentro da sua casa, e no observatório há um caso de uma mulher que foi ameaçada de morte por seu companheiro na prisão, há um risco aí e há um alerta para todas, para mim, para minhas tias, para minhas primas, para minhas amigas. Temos que fazer alguma coisa, e temos que fazer logo. Temos que [pausa] começar a nos questionar certos moldes, o molde da mulher ventre, o molde da mulher mapuche reprodutora de conhecimento, mas que por sua vez não tem nenhuma ingerência em um processo chileno nem em um processo mapuche. Uma mulher desprotegida, uma mulher, eu, pelo menos, como uma análise do processo para mim, os homens se puseram de acordo e em momento algum perguntam à mulher, perguntam “você está de acordo com isto?” A mulher diz sim, sim, mas também não tem possibilidade de proposta. É uma consulta sobre algo que lhe propõem, não estão consultando se ela tem outra ideia do que deveria ser feito nesse caso, minha opinião a respeito, que acredito que não se pode evitar algo que já está internalizado, ou seja, não [pausa] o patriarcado está inserido também nas comunidades mapuches. É que no caso da minha comunidade, o que vejo é que, claro, há diferenças, há uma diferença de identidade, que quem se considera mapuche – bem, não todos se consideram mapuches na minha comunidade, agora é que nos últimos tempos estão se considerando –, mas [pausa], se o ocidental trouxe o patriarcado e agora o ocidental trouxe o feminismo, não se pode negar o feminismo se o patriarcado já está em você.
English version
I returned at a time when these cases of Mapuche women became known, specifically seventeen cases of Mapuche women who had been raped by their Mapuche partner, who had also been taken to court and the court, the public defender, which in this case was for the aggressor, was keen to appeal to a sentence that condemned the man to time in prison or to doing therapy, for example, and had appealed to leave free, resorting to convention one six nine (169). Saying no, that Mapuche women and men have their own customs and it is best for the Chilean justice system not to get involved, that is more pertinent that they resolve it amongst themselves. I actually agree with this, sometimes the Chilean justice is more of a problem than solution, but why was there a scandal? Because in the same lawsuits, well, I'm only familiar because I did an assignment on this, in the same lawsuits the men said, the defense lawyer said it was a custom of the Mapuche people to publicly apologize. Then, the judges said, well, then they apologize publicly to the traditional authorities of their culture, and which authorities are these? Well, in this case it's you guys, so I say, what is the issue? They are authorities that Chilean judges, they are traditional Mapuche authorities, so in order for us to have conventions, it is assumed that there are two different applications, there are two ways to apply the law and to understand justice, and well, the judges would tell them to apologize and they would apologize and then leave. There were seventeen cases like this, I had access, some friends received a copy, it was practically the seventeen cases. Until a group of feminist women began to give alerts and it was slowed down, I say it was a scandal, actually, it was not so much a scandal, but in the circle in which I participate, of which I'm a part and a friend, it was terrible, it was terrible because that's when we realize what it means to be a woman and what it means to be a Mapuche woman. For example, in these cases it means that finally you are doubly discriminated against, there is twice the possibility that they continue beating you inside your home, and in the observatory there is a case of a woman who was threatened to death by her partner in prison, there is a risk there and there is a warning for all of us, me, my aunts, my cousins, my friends. We have to do something and we have to do it soon. We have [pause] to start questioning certain models, the model of the childbearing woman, the model of the Mapuche woman as reproducer of knowledge, that in turn has no interference in a Chilean case nor in a Mapuche case. An unprotected woman, a woman, me, at least, as an analysis of the case for me, the men came to an agreement and in no moment asked the woman, asked ‘are you in agreement with this?’ The woman says yes, yes, but also has no opportunity to propose something. It's a query about something proposed to her, no one is asking if she has another idea of what should be done in this case, my opinion regarding it, I believe you cannot avoid something that is already internalized, in other words, no [pause] patriarchy is also inserted in the Mapuche communities. It's that in the case of my community, what I see is that of course there are differences, there is a difference of identity, that anyone who considers themselves Mapuche – well, not everyone consider themselves Mapuche in my community, it is now in recent years that they are considering – but [pause] if the West brought patriarchy and now the West has brought feminism, one cannot deny feminism if patriarchy is already in you.
Autoria / Authorship:
Katia Sepúlveda
Narração / Narration:
Dámaris Molina Zagal
* Os áudios do Campo Sonoro foram transcritos e/ou editados visando uma leitura mais acessível / All Soundfield's audios were transcribed and/or edited aiming to produce accessible contents