Tendo como ponto de partida o feminismo comunitário boliviano, Katia Sepúlveda indaga mulheres se haveria também um feminismo mapuche. Neste áudio, a artista entrevista Paola Melita e Aracely Fuentes Lara, do grupo musical lésbico feminista Segundo Patio de Wallmapu.
Taking Bolivian communal feminism as its starting point, Katia Sepúlveda questions women whether there would also be a Mapuche feminism. In this audio, the artist interviews Paola Melita and Aracely Fuentes Lara, members of the lesbian feminist band Segundo Patio, from Wallmapu.
#32bienal #camposonoro #coletividade
Nuestro apoyo, nuestro, querer hacer cosas es bien con una mirada desde afuera. Compartimos un territorio porque al final es súper distinto el ver la violencia desde aquí a verla desde una comunidad, entonces tampoco queremos hacer sentir como que hubo una ahí esta con las lamien (hermanas) con con los hermanos mapuche cuando tampoco están así, una ha generado cierto espacio de no se conversatorios, de foros, de ir a la marcha de hacer algunas acciónes pero de verdad saber y vivir lo que está ocurriendo en las comunidades hoy día hay algo que está años luz de los que vivimos en Temuco, yo creo que claro, hay una deuda gigantesca ahí con por ejemplo los llevo a mi terreno ¿Qué pasara con las lamien (hermanas) lesbiana? Que nunca han tenido una posibilidad de siquiera, fantasear con otra mujer [pausa] creo que la opción, la posibilidad no es igual y no es que sean victimas es que hay mujeres que de verdad, yo también digo yo siendo una loca (mujer) que estudie, fui a la universidad he tenido un poco de posibilidad de cosas, ¿Cuánto me costó a mí? Entonces hay historia hay cadena que te hacen que las cosas sean más complicada, en ese terreno yo digo que una lamien (hermana) hoy día hay cientos de mujeres que se están no se pues se van a morir y no van a saber que es un orgasmo por ejemplo, porque todo se ha dado para que no sea así. Nuestra música yo creo que, yo creo que [pausa] refleja hartas cosas, pues las letras dicen hartas cosas pero igual es un todo así como desde esa luchas hasta muchas otras. En los mapuche en nuestra lucha de tener una opción de vida distinta de querer armar un algo una construcción un empoderamiento en donde nosotras tengamos un lugar y en realidad si seamos felices yo y por todas mis compañeras. Y eso la música nosotras lo transmitimos y las locas (mujeres) sientes eso hacen eco, esa es la idea y la música que no es para nada un espacio para las mujeres nosotras entre no se los músicos y nosotras ahí nosotras bien arma no mas no más ahí, pero los que tienen ese terreno son lo hombres. Acá nos ha costado mucho acá en Temuco no existe un algo como nosotras, tampoco es pa tirarnos así como, subirnos el perfil a nosotras pero no existe algo así. Y algo que queremos compartir en realidad [pausa] si por ejemplo, se da muchos más que nos queiren más en Santiago en regiones que aquí no, no quieren muchos no sé, nosotras llegamos a Santiago o a Concepción o a Valpo (Valparaiso) y es otra otra cosa [pausa] acá igual, nosotras sentimos que hay gente que les molesta que nos llamemos lesbianas y lo conectemos con un ser mapuche por ejemplo claro, aquí el termino ser feministas tampoco es una cosa tan bien mirada claro, pero yo tengo mi ascendencia lafquenche entonces soy finalmente, pero hay también el tema de la ma, como tú te construyes o te reconstruyes en tu postura [pausa] yo vieja vine a [pausa] a como a reconstruir lo que mi misma mama y abuela me habían quitado. Me quitaron de no enseñarme, de no darme la tierra, de no decirme mira esta esto era para ti enseñale a tu hijo, tenlo tú, este es tu regalo de vida. O sea mi mi familia en ese sentido fue súper estricto o que en un momento ellos se creian no mapuche así para decirlo más claro entonces yo siempre me he sentido del sur, incluso yo siento que viviendo acá mis rasgos se han vuelto más Lamian que cuando yo vivia en Santiago no sé porque me siento más, corporalmente, no se [pausa] como que me me he relacionado me he reconectado con algo que siempre fue mio pero que yo no lo había vivido.
Versão em português
Nosso apoio, nosso querer fazer coisas é bem com um olhar de fora. Compartilhamos um território porque, afinal, é muito diferente ver a violência daqui e vê-la de uma comunidade, então também não queremos fazer sentir como que houve uma aí esta com as lamien (irmãs), com os irmãos mapuches, quando também não estão assim, uma gerou certo espaço de não ser conservatórios, de foros, de ir à marcha, de fazer algumas ações, mas de verdade saber e viver o que está acontecendo nas comunidades hoje em dia, há algo que está a anos-luz do que vivemos em Temuco, acredito que, é claro, há uma dívida gigantesca aí, por exemplo, eu levo ao meu terreno. O que acontecerá com as lamien (irmãs) lésbicas? Que nunca tiveram uma possibilidade de nem mesmo fantasiar com outra mulher [pausa], creio que a opção, a possibilidade não é igual, e não é que sejam vítimas, é que há mulheres que, e verdade, eu também digo, eu, sendo uma mulher que estuda, fui à faculdade, tive um pouco de possibilidade de coisas, o quanto foi difícil para mim? Então há história, há um encadeamento que faz que as coisas sejam mais complicadas, neste terreno eu digo que uma lamien (irmã), hoje em dia há centenas de mulheres que estão, não sei, que vão morrer e não vão saber o que é um orgasmo, por exemplo, porque tudo confluiu para que não seja assim. Nossa música, creio que [pausa] reflete muitas coisas, pois as letras dizem muitas coisas, mas igualmente é um todo, dessa luta até muitas outras. Nos mapuches, em nossa luta de ter uma opção de vida diferente, de querer fazer alguma coisa, uma construção, um empoderamento, onde nós mulheres tenhamos um lugar e, na realidade, sim, sejamos felizes, eu e por todas as minhas companheiras. E isso, a música, nós transmitimos, e as mulheres sentem, isso faz eco, essa é a ideia, e a música não é nem um pouco um espaço para nós mulheres entre, não sei, os músicos, e nós aí, [?] mas os que têm esse terreno são os homens. Aqui tem sido muito difícil para nós. Aqui em Temuco não existe algo como nós, também não é para nos gabarmos, mas não existe algo assim. E algo que queremos compartilhar, na realidade [pausa], se, por exemplo, acontece que somos muito mais queridas em Santiago, em outras regiões, do que aqui, nós chegamos a Santiago ou a Concepción ou a Valpo (Valparaíso) e é outra coisa [pausa], aqui igual, nós sentimos que há gente que se incomoda que nos chamemos de lésbicas e associemos isso com ser mapuches, por exemplo, claro, aqui o termo feminista também não é muito bem visto, porque tenho minha ascendência lafquenche , então sou, finalmente, mas também está a questão da ma, como você se constrói ou se reconstrói na sua postura [pausa], eu, de velha, vim [pausa] como que a reconstruir o que minha própria mãe e avó tinham me tirado. Me tiraram por não me ensinar, por não me dar a terra, por não me dizer, olha, isso era para você ensinar ao teu filho, toma, este é o teu presente de vida. Ou seja, minha família, nesse sentido, foi super estrita, ou, para dizer de forma mais clara, em um momento eles se consideravam não mapuches, então eu sempre me senti do sul, inclusive sinto que vivendo aqui meus traços se tornaram mais lamien do que quando eu vivia em Santiago, não sei porque, me sinto mais, corporalmente, não sei [pausa], como que me relacionei, me reconectei com algo que sempre foi meu, mas que eu não tinha vivido.
English version
Our support, our wanting to do things is good seen from the outside. We share a territory because, after all, it is very different to see violence from here and to see it from inside the community, so we also don't want to make it seem like there was this with the lamien (sisters), with the Mapuche brothers, when they are also not like that, one has created a certain space of not being conservatories or forums, of marching, or doing some actions, but truly knowing and living what is happening in the communities, nowadays there is something that is light years away from what we are living in Temuco, I believe that, of course, there is a huge debt there with, for example, in my area, what will happen to the lesbian lamien (sisters) who have never even had the possibility of fantasizing about another woman? [pause] I think the option, the possibility, is not the same and it's not that they are victims, it's that there are women who really, I'm also including myself, being a women who studied, went to college, had the possibility of a few things, and how much did that cost me? So there's a history, a chain that makes things more complicated, in this land I say that a lamien, now there are hundreds of women who are, I don't know, well they are going to die and not know what an orgasm is, for example, because everything has happened so as to not be that way. Our music, I believe, reflects many things, since the lyrics say many things, but is equally a whole, from this fight to many others. In the Mapuche, in our fight for the option of leading a different life, of wanting to do something, a construction, an empowerment, where us women have a place and, in reality, yes, that we are happy, myself and all my companions. And this, the music, we transmit, and the women feel it, this creates an echo, that's the idea, and music is not even close to a space for us women, I don't know, the musicians and us there, but men are the ones who dominate this field. It's been very hard for us here. Here in Temuco there is nothing like us, it's not to speak highly of ourselves, there is just nothing like it. And it's something that we want to share, in reality, if [pause], if, for example, it just happens to be that we are much more liked in Santiago, in other regions, then here, we arrive in Santiago or Concepción or Valpo (Valparaiso) and it's a different story [pause], here we feel that there are people that are bothered that we call ourselves lesbians and associate this to being Mapuche, for example, of course, here the term feminist is also not fondly looked upon, because I am of Lafkenche origin, therefore I am in fact, but there's also the soul, how you create and recreate yourself in your demeanor [pause] at my old age I came to [pause] to sort of rebuild what my own mother and grandmother kept from me. They kept from me by not teaching me, by not giving me the land, by not saying, "look, this was for you to teach your son, here, this is your life gift". So, in this sense, my family was super strict, which at one point they did not consider themselves Mapuche, to state it clearly, so I always felt like I was from the south, I actually feel like while living here my traits became more lamien than when I lived in Santiago, I don't know why, I feel more, corporeally, I don't know [pause], as though I related, I reconnected with something that was always mine, but that I had not lived.
Autoria / Authorship:
Katia Sepúlveda
Narração / Narration:
Paola Melita, Aracely Fuentes Lara
* Os áudios do Campo Sonoro foram transcritos e/ou editados visando uma leitura mais acessível / All Soundfield's audios were transcribed and/or edited aiming to produce accessible contents