Incerteza vivaCuradoriaIdentidade visualArquiteturaFundação BienalParceirosCréditos
Arquitetura

A proposta para a museografia da 32ª Bienal de São Paulo baseia-se em algumas questões propostas pela curadoria e que são determinantes para sua elaboração.

Parque

Da reflexão sobre a forma como se relacionam e contrastam os bosques com os campos abertos em um parque, surge uma premissa para pensar o projeto arquitetônico.

Como em um projeto paisagístico, no qual há massas vegetais, estratos arbóreos e forrações vegetais, aqui também os elementos arquitetônicos de uma exposição se articulam e se inter-relacionam construindo contrastes semelhantes: elementos como salas de projeção fechadas e paredes de diferentes alturas são justapostos e articulados de forma mais ou menos concentrada, desenhando uma possível e desejável paisagem; perspectivas e áreas mais abertas e fechadas definem as relações com o entorno, criando diversos caminhos para a visitação e sobrepondo funções de uso; os espaços dos artistas mesclam-se, sem fronteiras definidas, a áreas de estar.

Incerteza, entropia e ambiguidade

Diante do aparente caos estabelecido, os espaços surgem independentemente de qualquer relação com a geometria do local. Como em um sistema entrópico, não se estabelecem relações hierárquicas, como grandes avenidas, ruas secundárias e salas.

Essa “desordem” produz espaços inesperados e repletos de surpresas. O Pavilhão da Bienal surge de forma mais ou menos clara, a depender da situação. Consequentemente, os espaços dos artistas e as áreas públicas muitas vezes se confundem, imprimindo um caráter ambíguo e rico.

Iluminação e cores

Como consequência dessa ocupação, paredes sem obras surgirão. Aqui, a iluminação confirma essa diferença. Com diversos gradientes e intensidade luminosa, qualificam-se espaços principais e de grande interesse. Novamente, como em um bosque, sempre há árvores que suscitam maior ou menor interesse e que, por isso, se individualizam no todo. O uso de cores com tonalidades baixas e de mesmo valor cromático muitas vezes se confunde com o branco das paredes reforçando o caráter ambíguo desta proposta.

Álvaro Razuk