3 de agosto a 8 de outubro de 2017
seg-sex: 8h - 22h; sáb: 8h - 18h
Sesc Palmas
Centro de Atividades
Quadra 502 Norte, Av. LO 16, Lt. 21-A, Plano Diretor Norte, Palmas-TO
T: (63) 3212-9922
Entrada Gratuita
Artistas Selecionados
Antonio Malta Campos
1961, SÃO PAULO, BRASIL. VIVE EM SÃO PAULO
Na trajetória de Antonio Malta Campos, iniciada em meados dos anos 1980, observa-se uma pesquisa plástica contínua em torno do desenho e da pintura, valendo-se de um amplo repertório visual que se estende desde os paradigmas artísticos modernistas até as linguagens da cultura de massa. Tanto em seus dípticos de grande dimensão, quanto no conjunto de pequenos exercícios gráficos – denominados “misturinhas” – ficam evidentes o apuro técnico do artista e sua insurgência contra o conforto visual das precisões geométricas e das distinções entre o abstrato e o figurativo. Nas pinturas apresentadas, o artista, com assistência de Antonia Baudouin, faz colidir a tradição harmônica do formalismo pictórico com uma ironia gráfica, criando anamorfismos, contrastes cromáticos e alterações de escala.
Bárbara Wagner
1980, BRASÍLIA, BRASIL. VIVE EM RECIFE, PERNAMBUCO, BRASIL
O brega é música, dança, cena cultural e economia criativa na periferia do Recife. Em duas linhagens, funk e romântico, constitui uma cadeia de MCs, DJs, bailarinos, produtores, empresários e público. Seus hits – eróticos, irônicos, lamuriosos e, em alguns casos, ainda machistas – extrapolam os limites socioeconômicos dos bairros e participam da paisagem sonora de uma cidade convulsiva em suas diferenças. A artista Bárbara Wagner, em parceria com Benjamin de Burca, desconstrói esse fenômeno no filme Estás vendo coisas (2016) e o analisa tornando visíveis as singularidades, as errâncias e também algumas relações entre seus agentes. A boate Planeta Show abrigou o experimento de um retrato coletivo e filmado, que, nessa condição, desafia o caráter preciso da fotografia. O resultado não deixa de ser documental, mas é parcialmente ofuscado pela luz artificial de estúdio, camarim, palco e tela, com personagens que encenam a si mesmos.
José Bento
1962, SALVADOR, BAHIA, BRASIL. VIVE EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS, BRASIL
Desde a década de 1980, José Bento dedica-se a experimentações escultóricas com madeira em diversas escalas, além da produção de vídeos, instalações e fotografias. A obra Do pó ao pó (2016) é composta de caixinhas de fósforos expostas sobre estruturas de bancas de camelô com pés retráteis. Os conjuntos são esculpidos em madeiras de biomas brasileiros, como braúna, cedro, pau-brasil, o que inclui cada palito de fósforo contido nas caixas. O título, ao evocar a presença do fogo, propõe refletir sobre a relação que há entre o tempo e a matéria que constitui inícios e fins.
Rachel Rose
1986, NOVA YORK, EUA. VIVE EM NOVA YORK
Em seus vídeos e instalações, Rachel Rose constrói narrativas por meio de processos de edição, utilizando a livre e abundante circulação e associação de vídeos e imagens. A sobreposição de camadas, procedimento comum à pintura, é aplicada aqui a arquivos digitais, criando uma imagem híbrida com forte potencial sinestésico. A Minute Ago [Um minuto atrás] (2014) é uma reflexão sobre a experiência da catástrofe, que mescla um vídeo encontrado no YouTube de uma súbita tempestade de granizo em uma praia com relatos do arquiteto americano Philip Johnson em sua Casa de Vidro, que, por sua vez, são confrontados com a reprodução da pintura "O funeral de Phocion" (1648), do francês Nicolas Poussin, entre outros elementos.
Vídeo nas Aldeias
CRIADO EM 1986. BASEADO EM OLINDA, PERNAMBUCO, BRASIL
Há três décadas, o Vídeo nas Aldeias tem mobilizado debates centrais aos povos indígenas e à produção e difusão audiovisual. O projeto tem como um de seus objetivos a formação de realizadores indígenas, desestabilizando narrativas forjadas com base no olhar externo. Questões éticas e escolhas estéticas são entrelaçadas em seus projetos, que tratam de assuntos como rituais, mitos, manifestações culturais e políticas, e experiências de contato e de conflito com os brancos. Fundado pelo indigenista Vincent Carelli, Vídeo nas Aldeias capta recursos e circula seus trabalhos, realiza exibições em comunidades indígenas, festivais de cinema, televisão, internet e elabora materiais didáticos. Para a 32ª Bienal, Ana Carvalho, Tita e Vincent Carelli criaram a instalação inédita O Brasil dos índios: um arquivo aberto (2016), que configura um espaço de imersão em imagens, gestos, cantos e línguas de vinte povos distintos, entre eles os Xavante, Guarani Kaiowá, Fulni-ô, Gavião, Krahô, Maxakali, Yanomami e Kayapó. Reunidos por sua força discursiva e imagética, os trechos constituem mais um ponto de resistência coletiva às tentativas de invisibilidade e apagamento de grupos indígenas e provocam uma ampla reflexão sobre alteridade e convenções de perspectivas culturais.
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